quarta-feira, 5 de setembro de 2012

Janela

Amanheceu. Quarta feira.
Beira o nono dia. Um mormaço na cidade.
Tempos depois,
já é possível ver sombra do concreto sobre a cor.
A essa hora, o sol está quase partindo,
as nuvens se encontram,
as arvores deixam-se balançar pelo vento poupado a correr.

Dentro, silêncio.

Quatro, Cinco, Seis horas...
- Zooooooooom
Corta o silêncio.
Vermelhos, pretos ou pratas,
seguem os carros.
Quem vem, quem vai,
sabe que logo o dia acaba.
Quem vai, quem vem,
o dia acaba, logo, sabe.

Voam os pássaros sobre o céu azul,
apressam-se mães ao encontro de seus filhos,
e então, vejo vida e movimento contrastando.

Lá fora, barulho.

Basta uma janela,
pra então poder observar.
Dentro ou fora,
tudo prestes a acontecer,
tudo em pleno movimento,
tudo em estático circuito.

Se fico ou atravesso a janela, estou dentro e fora ao mesmo tempo.
Que importa a perspectiva? São dois lugares concomitantemente,
e basta uma janela.

BRISA, Bárbara

2 comentários:

  1. Bárbara,
    poema bonito sobre a rotina de um dia,
    observada pelo eu-lírico através de sua janela poética.
    Abraço da
    Celina

    ResponderExcluir